quarta-feira, 12 de março de 2008

Anticorpo de HIV obtido a partir do milho pode servir para evitar transmissão

Um consórcio internacional de 39 grupos europeus de investigação, financiado pela União Europeia obteve a partir do milho uma molécula que actua como anticorpo do vírus da sida que poderá vir a constituir um tratamento tópico de prevenção "eficaz e de baixo custo".

Os investigadores conseguiram através da transformação de semente de milho com recurso à engenharia genética, gerar grandes quantidades da molécula 2G12, considerada "um dos anticorpos mais promissores" no combate ao HIV (vírus da imunodeficiência humana).

Este trabalho, publicado esta semana na revista norte-americana PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences"), destaca "as valiosas propriedades farmacêuticas" da molécula 2G12 e sugere a produção de um fármaco de aplicação vaginal como meio de evitar a transmissão do vírus da sida. O estudo refere também que o mesmo anticorpo do HIV pode também ser obtido em sementes de outras espécies vegetais.

Segundo o coordenador do consórcio, Paul Christou, do Departamento de Produção Vegetal e Ciência Florestal da Universidade de Lleida (Espanha), este método de produção da molécula abre caminho a um fármaco "muito mais barato" do que os obtidos até agora a partir de culturas de células de origem animal.

Na perspectiva, de Paul Christou este fármaco poderá constituir no futuro uma "estratégia muito eficaz" de tratamento contra o HIV sobretudo em África, onde se estima existirem 22,5 milhões de pessoas infectadas. Paul Christou referiu ainda que "Os nossos dados mostram que a capacidade de neutralização do HIV por este anticorpo é igual ou superior à do mesmo anticorpo produzido em células CHO (de hamster chinês)". Para finalizar referiu ainda que "com este sistema de produção da proteína pode-se fornecer um meio para fabricar um ingrediente microbicida a custos que permitirão a introdução e a produção do produto no mundo em desenvolvimento".

Este trabalho, de carácter filantrópico, foi financiado pela União Europeia com 12 milhões de euros e contou com a participação de 39 grupos europeus de investigação. Entre os seus autores contam-se cientistas de Espanha, Alemanha, Áustria, Grécia e Reino Unido.



Opinião Pessoal: Sem dúvida que tal notícia é bastante animadora, mas na minha opinião deve-se ser muito cauteloso em relação ao combate do HIV, este vírus que já tem pregado tantas rasteiras em possíveis tratamentos.
Mais uma vez a genética mostra-se fundamental na resolução de problemas da humanidade.
Uma dúvida que surge no texto é o facto de os anticorpos serem inseridos pela vagina, isto significa que só existe tratamento para as mulheres?

Plantas transgénicas produzem colagénio seguro para humanos

Uma investigação feita na Faculdade de Agricultura da Universidade Hebraica de Jerusalém conseguiu através da transformação genética do Nicotina Tabacum (planta do tabaco) produzir colagénio humano recombinante para uso em cirurgias estéticas e reconstrutivas.
O Professor Oded Shoseyov que participou do desenvolvimento desta nova variedade de tabaco, é o primeiro pesquisador a introduzir cinco genes humanos diferentes em uma única célula vegetal para produção de colagénio totalmente funcional para humanos. O colagénio é uma proteína com grande interesse por ser a grande responsável pela firmeza da pele, o que a torna muito procurada para qualquer processo estético, como na utilização no tratamento de rugas, cirurgias plásticas, regeneração de tecidos, cura de feridas, queimaduras e ortopedia. Até recentemente, grande parte do colagénio produzido era de origem animal o que levantava muitas preocupações com as doenças infecciosas transmitidas de animais para os seres humanos, o que em alguns países, como o Japão, levou á proibição do uso de colagénio em humanos de origem animal. Além disso, a Food and Drug Administration (FDA), órgão norte-americano responsável pela segurança de alimentos e remédios, sugeriu a limitação do uso de colagénio de origem animal em intervenções médicas.
A pesquisa mostra muitas vantagens do colagénio derivado de plantas GM – geneticamente modificadas, como o fato de estarem isentas de quaisquer potencial viral. "É mais seguro, mais eficaz em termos de custos e muito mais homogéneo do que utilizar materiais extraídos do tecido", afirmou Oded Shoseyov. Além disso, enquanto a maioria das pessoas tolera colagénio de animais, outras têm reacções alérgicas. Isso é um problema porque significa que todos devem fazer um pré-teste para ver como reage o sistema imunitário, o que demora, normalmente, um mês e como o próprio pesquisador ressalva, quando se trata de estética, os pacientes não querem esperar e em casos como o de queimaduras, o factor tempo é muitas vezes essencial, já que a espera de um mês pode resultar em morte do paciente.
Os testes de toxicologia e de segurança foram bem-sucedidos, pois de acordo com Shoseyov o colagénio transgénico tem mostrado semelhança ao colagénio do tipo 1 presente em tecidos de forma natural.

Opinião Pessoal:
Esta notícia só vem mostrar como os OGM e as várias formas actuantes da genética como o DNA recombinante podem ser de grande benefício para o homem e não trazer consequências imensamente negativas como muitas pessoas pensam.

sábado, 8 de março de 2008

21º Aula Prática

Na última aula prática, no dia 5 de Março, realizamos a actividade prática de observação ao M.O.C. de células e estruturas do sistema imunitário, como cortes histológicos de medula óssea vermelha, de timo, de nódulo linfático, de amígdala e esfregaço de sangue humano; desenhando estas estruturas e fizando as respectivas legendas com a ajuda de uma mapa histológico e do professor.
Começamos também a realizar o relatório desta actividade.
Foi na minha opiniião uma aula prática proveitosa pois além de conhecermos melhor as estruturas do nosso sistema imunitário podemos também entender melhor o seu funcionamento.

20º Aula Prática

Esta aula realizada no dia 27 de Fevereiro, foi uma ida ao Laboratório Aberto do IPATIMUP no Porto; e como tal foi-nos pedido que realizassemos o seguinte relatório da actividade laboratorial:



1. Introdução:
Esta actividade realizada no Porto idealizada pelo grupo B da disciplina de Área de Projecto, com a finalidade de dar a conhecer à turma o papel das biotecnologias na saúde e na sociedade; esta actividade foi integrada na disciplina de biologia pois tal matéria está muito relacionada com a matéria leccionada.
Nas actividades utilizamos processos já dados na sala de aula, como a PCR, a electroforese, etc, tendo como objectivo uma melhor percepção e compreensão da matéria.

2.Procedimento experimental:
2.1. Material:
Tubo com inicial do alimento a tratar
Micropipeta
500 ul de InstaGene
Tubo screwcap
2g do alimento teste
Bloco térmico
Centrifugador
Tubos de PCR
Microtubos de PCR
Termociclador
Tina da electroforese
Placa de gelatina

2.2. Metodologia:
Esta actividade teve uma parte inicial em que nos foi mostrado uma apresentação de diapositivos onde a coordenadora Dora nos explicou todo o procedimento que realizaríamos no laboratório, onde nos explicaram o que eram o Laboratório Aberto, sendo este uma iniciativa do IPATIMUP para atender escolas; posteriormente explicaram o que eram alimentos transgénicos dando-nos alguns exemplos como o milho em que lhe inseriam genes para destruir potenciais parasitas, no tomate impedindo-o de apodrecer no mercado e a soja que fica assim resistente a parasitas. Depois foi-nos explicado todo o procedimento que decorreria no laboratório.
Inicialmente foi-nos explicado como trabalhar com algum material, que nos era desconhecido e necessitava de cuidados especiais, como o caso da micropipeta. Relativamente à experiência em si, após identificarmos o tubo com o nosso alimento em teste (no meu caso, a soja), agitamos vigorosamente o frasco com a solução InstaGeneTM antes de pipetar com a micropipeta, adicionando 500 ul de InstaGene ao respectivo tubo screwcap e colocá-lo posteriormente no suporte. Depois colocamos 10ml de agua destilada ao alimento teste, esmagando-o no almofariz, maceando por 2 minutos. Posteriormente pipetamos 50ul do preparado para o respectivo tubo scewcap, agitando-o depois. Então, incubamos os tubos screwcap no bloco térmico (95ºC – 100ºC) por cerca de um minuto, centrifugando depois os tubos por cerca de um minuto tendo o cuidado da centrifugadora ficar equilibrada.
Com o segundo passo principal procedemos à amplificação do DNA por PCR, onde nos seus tubos já se encontravam 20 ul de MMP (primmer verde) e de MMG (primmer vermelho), transferindo depois 20 ul de sobrenadante para o correspondente microtubo de PCR, tendo o cuidado de utilizar sempre pontas novas. Accionamos o êmbolo da micropipeta misturando duas a três vezes o conteúdo de cada microtudo de PCR, fechando convenientemente o microtubo. Posteriormente colocamos os microtubos de PCR no termociclador.
O terceiro passo principal desta actividade é o carregamento dos produto de PCR e a corrida da electroforese, em que carregamos os poços por uma ordem específica e previamente planejada para haver uma melhor interpretação dos resultados, depois fechamos a tina da electroforese correctamente e ligamos a fonte de alimentação, programando-a para uma corrida de 100V durante 40 minutos, desligando-a posteriormente, (no nosso caso, observamos resultados de uma actividade anterior, pois não disponibilizávamos do tempo necessário para o procedimento completo). Na realização da electroforese obtivemos a banda do gene PSII de 455 pd, e sendo as amostras vegetais viáveis podemos obter então uma banda de 200 pb onde verificamos posteriormente no resultado a existência ou não de alimentos transgénicos.

A turma foi dividida em dois grupos, enquanto um grupo foi realizar actividade laboratorial com a coordenadora Dora, o outro grupo foi dividido em duas equipas, com o coordenador Leandro, realizando um debate em que o tema era o consumo ou o não consumo dos transgénicos. Para nos ajudar ao debate foi distribuído umas folhas com algumas notícias sobre transgénicos e o debate teve a duração de 50 minutos.

2.3. Resultados:

3. Discussão dos resultados:
Com a tabela que nós visualizamos (representada acima) poderemos concluir que o alimento transgénico é a soja, pois é esta que tem uma semelhança de padrões através da electroforese se compara como controlo positivo (alimento transgénico), e comparando-se o milho o e tomate com o controlo negativo (alimento não-transgénico) vimos que estes tem a mesma disposição de “linhas” logo são alimentos não transgénicos.

4. Conclusões:
Com toda esta actividade foi-nos possível entender de uma melhor forma e mais correcta grande parte da matéria leccionada nas aulas, como o PCR e a electroforese, entre outros, pois o contacto físico e a prática deixa-nos perceber pormenores que infelizmente na teoria não nos é possível perceber.
Podemos ver que o esmagamento do alimento teve como finalidade permitir a dissolução dos restantes componentes da experiência em solução; percebemos também muito melhor a PCR e todas as suas fases que a constituem: desnaturação (94-95ºC), a separação das cadeias, a amplificação (50-65ºC) e extensão dos primmers (72ºC); a electroforese, técnica esta pela qual se obtem o movimento de partículas com a carga através da aplicação de uma diferença de potencial; foi outro aspecto bastante interessante pois conseguimos ver a carga eléctrica que actua na electroforese e perceber muito melhor todo este processo, até pela observação dos resultados onde foi possível perceber claramente o DNA fingerprints.

5. Referências bibliográficas / Fontes informativas:
Protocolo “O Rastreio dos transgénicos” cedido pelo Laboratório Aberto
Ficha formativa realizada no Laboratório Aberto
Apontamentos pessoais

Reacção Acrossómica "Moderna"

Sei que esta matéria não esta relacionada com o que tamos a dar agora, mas sinceramente não resisti a colocar este vídeo aqui...
No fundo a reacção acrossómica resume-se neste simples facto:
(Espero que se riam tanto como eu... LOL)

Adolescente adquire sistema imunitário do dador

Demi-Lee Brennan, uma adolescente australiana de 15 anos que foi sujeita a um transplante de fígado por ter uma insuficiência hepática, abalou as bases da ciência moderna depois de se ter verificado que o seu sistema imunitário tinha sido substituído pelo do dador.

O caso foi publicado no New England Journal of Medicine. Nove meses após o transplante, os testes realizados em Demi revelaram que o grupo sanguíneo da adolescente tinha mudado para o dador. Intrigados, os médicos realizaram mais testes, que demonstraram que as células estaminais do fígado do dador tinham penetrado na medula óssea de Demi.

Mas o que realmente espantou a equipa coordenada pelo doutor Michael Stormon foi o facto de o sistema imunitário da jovem ter sido substituído quase totalmente pelo do dador, eliminando a necessidade de ela continuar a tomar medicamentos contra a rejeição (imunossupressores - químicos cujos efeitos secundários incluem infecções graves e efeitos tóxicos nos órgãos).

«Consultámos exaustivamente no hospital e depois olhámos para a literatura médica e consultámos colegas de todo o mundo para ver se alguém já tinha visto algo deste género», revelou Stormon, citado pelo "ABC News"; «Ninguém tinha, por isso ficamos estupefactos e impressionados», explicou o clínico, que agora, com a ajuda da sua equipa, tenta identificar o fenómeno e descobrir se é possível replicá-lo.




Opinião Pessoal: sem dúvida que esta notícia é surpreendente e difícil até de acreditar, o que se passou com esta adolescente é realmente um "milagre-da-medicina". Relacionando a matéria de Imunidade dada nas aulas, pergunto se talvez tudo isto não esteja ligado ao facto das células estaminais do fígado do dador terem penetrado na medula óssea de Demi fazendo com que esta produza linfócitos característicos do dador?